Este espaço foi criado com o objetivo de divulgar as boas práticas da nossa sala e da nossa escola.

sábado, 8 de março de 2014

Uma visita a uma vacaria




A EB1 de Travanca recebeu o 1º dia de aulas, depois do Carnaval, com algumas surpresas
           
            Tudo começou com o toque da campainha da escola, numa linda tarde de sol:
            - Trim! Trrim! Triiim!
            Reunimo-nos à sombra de uma magnólia, ou seja, uma árvore com flores cor-de-rosa. A nossa professora referiu alguns motivos que faziam deste dia, um dia especial, como por exemplo, o calor, a colocação de estrume e o seu cheiro muito mau, apesar de ser o que faz com que os vegetais e frutas cresçam. Também mencionou que tinha nascido um vitelo. Além disso, tínhamos que festejar pois agora já temos uma pequena horta! Os empregados da Junta de Freguesia estavam a colocar terra com a pá do trator no buraco da horta e a alisar a terra.           Todos os alunos bateram palmas mas penso que o senhor Manuel e o senhor António Pires não ouviram por causa do barulho do trator.
            De seguida, a professora Paula perguntou:
            - Quem é que já viu uma vacaria?
            - Eu! Eu! Eu! - Exclamou meia dúzia de alunos.
            - Ora bem! Eu e a professora Paulinha estivemos a conversar com os donos daquelas terras para onde alguns meninos, infelizmente, costumam atirar pacotes de leite e algumas embalagens vazias de iogurtes. Fomos lá pedir-lhes um pouco de estrume para a nossa horta. Muito felizes, disseram-nos logo que nos davam todo o estrume que precisássemos e que até vinham trazer à escola. Também nos perguntaram:
            - Professoras, quereis vir com os alunos visitar a nossa vacaria? Sabem que hoje nasceu um vitelo? Não acham que os meninos iam gostar de ver?
            Perante este facto, só nos restava aceitar o convite. Saímos da escola, a pares e passados cinco minutos já estávamos ao lado da D. Helena que segurava o seu cão preto e peludo que teimava em dar saltos e ladrar de contentamento, por ver tantas crianças.
            Entrámos na vacaria. Cheirava muito mal! Os primeiros alunos a verem o vitelo recém-nascido foram os alunos do 4º ano. Uma colega minha que se chama Cíntia, gosta tanto de coelhos que até batizou um com o nome de «Fofinho». A seguir, fomos para um piso superior onde estavam muitas vacas. Duas dessas vacas deviam estar assustadas e, muito alto, estavam sempre a fazer:
            - Muuuuu! Muuuuuu!



Saímos desse sítio e estivemos à espera que os alunos do 3º ano saíssem do local da ordenha, para continuarmos a nossa visita. Enquanto esperávamos, alguns meninos da minha turma aproveitaram para colocar algumas questões e ficarem sem dúvidas. A D. Helena respondeu a tudo e a todos, sempre com muita paciência. Entrámos e vimos três máquinas de tirar leite e a D. Helena demonstrou-nos como se faz a ordenha às vacas. Os donos metem as vacas num local preso e pegam numa máquina com quatro tetinas para colocar nas tetas da vaca. Depois montam uns pequenos tubos por onde o leite estragado cai para um balde. De seguida, passámos, em filinha, para ver o leite que já estava numa grande vasilha de metal e cheirá-lo. Vi que esse tal leite ainda tinha alguma espuma e que estava a 1 grau. No entanto, quando o leite sai da vaca está a uma temperatura de cerca de 30 graus!
Na minha opinião, este dia foi muito divertido e ficámos a saber como funciona uma vacaria. Foi uma aula fora da sala de aulas.
Texto escrito pelas alunas do 4º ano da EB1 de Travanca:
Ana Sofia, Carolina, Gabriela

Para ver as fotografias clique abaixo:

visita á vacaria


O Carnaval na EB1 de Travanca



A EB1 de Travanca comemorou esta época de uma forma muito tradicional
           
            Durante duas semanas, antes da interrupção de carnaval, os alunos desta escola fizeram máscaras com pasta de papel, com a colaboração de uma encarregada de educação – Ana Oliveira- das assistentes operacionais e dos professores das AEC. Naturalmente que os professores titulares também estiveram muito envolvidos!



            Afinal, o projeto desta escola era comemorar esta data de uma forma mais tradicional. Como tal, os alunos fizeram uma pesquisa sobre o Entrudo de Lazarim e de Podence. Esta escola escolheu não festejar esta data com carnavais de imitação mas com um corso adaptado às nossas características culturais. Por isso, escolheu duas terras transmontanas que serviram de objeto de estudo do carnaval em Portugal. Podence, freguesia do concelho de Macedo de Cavaleiros, celebra um dos carnavais mais conhecidos em Portugal e as máscaras dos caretos de Podence são muito típicas. Em Lazarim, uma aldeia do concelho de Lamego, onde também o entrudo tem vida com as suas máscaras de madeira, igualmente singulares.



          









  Outra característica deste carnaval mais tradicional é que as pessoas se fantasiem com muita imaginação e criatividade, usando roupas velhas, emprestadas, rasgadas… Por isso, os alunos, com a ajuda dos seus familiares chegaram à escola sem fatos alugados e sem máscaras compradas. Entraram pelo portão da escola, bonecas, médicos, dançarinas de rancho, bebés, velhos, « skaters», futebolistas, empregadas de mesa, criadas, reis, pescadores, pobres…

            Com a pesquisa que os alunos do 4º ano fizeram, ficámos a saber que um dos costumes destes carnavais mais tradicionais é a presença de um compadre e de uma comadre. O compadre representa os rapazes e a comadre, as raparigas. Estas figuras têm o papel de dizer malandrices acerca dos jovens solteiros. As nossas assistentes operacionais- D. Irene e D. Cristina- fizeram o nosso compadre e a nossa comadre, com palha e tecidos.
( Fotos)
Então, os alunos do 4º ano, também quiseram escrever algumas quadras sobre os colegas:
(quadras)
            Claro que estas quadras escritas com alguma malícia, são lidas em voz alta num momento em que se chama «Testamento». Também nós recriámos este momento na escola, com a leitura das quadras, em que os meninos fizeram o papel de compadres e as meninas, de comadres.
            Portanto, na 6ª feira, dia 28 de fevereiro, esta escola teve um dia muito preenchido. Pela manhã, fomos dar um passeio pelas ruas da freguesia. À tarde, desfilámos na sala de aulas e houve uma entrega de prémios para os alunos fantasiados com maior criatividade. O vencedor de cada ano de escolaridade recebeu um livro do escritor Alexandre Parafita. Depois deste desfile, recriou-se o momento do «Testamento» e finalizou-se, esta comemoração, com a queima do compadre e da comadre. Os bonecos queimados foram feitos pela Mariana do 4º ano, com a ajuda dos seus familiares. Não quisemos queimar os compadres feitos pelas assistentes, porque estavam muito bonitos!

            No fim, todos os alunos estavam muito contentes!
            É preciso referir que no início do projeto, alguns alunos não ficaram muito entusiasmados mas no final, todos reconheceram que o Carnaval na nossa escola foi vivido com muita alegria associada ao conhecimento.